domingo, 10 de abril de 2022

 PALAVRAS VAZIAS


 Quando da palavra ausente se faz a realidade, 

Por mais bela que seja, estética atirada ao léu,

desprovida está dos traumas

que afligem os esquecidos nas quebradas, marginais, guetos e recantos 

onde o grito, ainda que ecoe, e ecoa além-fronteiras imaginárias e reais,

sinaliza a indiferença dos que na fartura,

às vezes indigna, 

ouvidos não têm, nem desejam,

senão para os iguais,

cuja vida se nutre do que falta no tempo,

no espaço,  no corpo e na vida,

talvez até na alma dos invisíveis 

de uma pátria, amada?


A palavra pensante, hein Guimarães!

hoje, quase ignorada,

precisa ressurgir na mente, no coração 

e retornar às vitrines onde nua e crua 

exposta esteja a realidade dos ais,

das lágrimas, retrato fiel e visível das dores 

de corpos sucumbentes,

nascidas e alimentadas 

por nossas cegueiras intencionais.


quarta-feira, 23 de junho de 2021

 FASCISMO 


 A onipotência humana segue 

alienando a onipresença humana cega 

que passo a passo 

ausente o laço 

fragmenta o espaço 

da sonhada resistência 

fugidia resiliência 

que permitiu 

não resistiu 

à força de quem mente 

sobre o corpo e a mente 

de quem desconhece a luz.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

No prato vazio

 

No prato vazio

Os olhos buscam

O que o estômago deseja

 

No prato vazio

Os olhos não veem

O que o estômago deseja

 

No prato vazio

Os olhos choram

Pelo que o estômago deseja

 

No prato vazio

Os olhos se perdem

No que o estômago deseja

 

No prato vazio

os olhos vazios

 

No prato vazio

o estômago vazio

 

No prato vaio

a sociedade vazia

 

No prato vazio

Não há mais olhos

Nem estômago

Nem vida


No prato, apenas o vazio...

  PALAVRAS VAZIAS  Quando da palavra ausente se faz a realidade,  Por mais bela que seja, estética atirada ao léu, desprovida está dos traum...